segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

domingo, 3 de fevereiro de 2008

COSTURANDO IDÉIAS

Costurando cimento


Arquitetura ou arquicostura?
Tão delicadamente agressiva que não se entende se foi esculpida sutilmente ou aos golpes.
Zaha Hadid, arquiteta iraquiana (ilustre fã de Oscar Niemeyer...e ninja)







"IF I WAS A GUY WOULD THEY CALL ME A DIVA?"

Zaha Hadid




















































Exêntricos

Já ouvi falar muito em Isabella Blow uns anos atrás e sempre me intrigou suas aparições e me encantou seu estilo. Caiui recentemente em minhas mãos uma revista Vogue de agosto de 2007, com uma reportagem com essa "não pessoa".




CHIQUE E ESCANDALOSA

A vida e a morte da mais famosa fashionista de todos os tempos, Isabella Blow, foram tão incríveis quanto seus modelitos mais radicais.






Dizer que a vida da esteta Isabella Delves Blow daria um filme com enredo rocambolesco não é chavão: é uma constatação - modesta até. Descendente de uma aristocrática e excêntrica família, Isabella nasceu em Londres, em 1958. Era filha de sir Evelyn Delves Broughton e Helen Shore e neta de sir Jock Delves Broughton. O pai e o avô eram figuras notórias da aristocracia inglesa. Sir Jock envolveu-se num escândalo que virou até filme, White Mischief, de 1987. Foi acusado de ter matado lord Errol, um bonitão que – a exemplo de sir Jock e sua linda e jovem esposa, lady Vera – estava explorando fazendas no Happy Valley, uma região do Quênia, em 1941. O erro de lord Errol foi ter tido um caso com lady Vera. Resultado: apareceu morto com sir Jock como principal acusado A novela fica ainda mais recambolesca: levado a julgamento e considerado inocente, termina se suicidando logo depois, num quarto de hotel em Liverpool, de overdose de heroína.
Sir Jock mudou-se para a África por que havia perdido, no jogo, quase toda uma propriedade de 34 mil alqueires, Doddington Castle, no Cheshire, que pertencia a sua família desde o século 14. O pai de Isabella ainda herdou parte da fortuna, mas ela nunca viu a cor do dinheiro, já que foi deserdada por ele em 1994, aos 36 anos de idade (ficou com apenas 5.000 libras, o equivalente a R$22 mil). O drama em sua vida, entretanto, começou cedo, quando viu seu irmão, John, de 2 anos, morrer afogado na piscina. Isabella mais tarde diria: “Me lembro de tudo. O perfume de mel, ele morto na grama. A frieza de minha mãe, que no meio do caos subiu pra colocar um batom. Acho que vem daí a minha obsessão por batom.”
Seus pais, após a perda do filho, ficaram apáticos, se desinteressando das três meninas: Júlia, Lavinia e Isabella. Eles se separaram quando ela tinha 14 anos e se divorciaram dois anos depois. Por essa época, a mãe se despediu das filhas e nunca mais voltou. Sem herança, Isabella começou a trabalhar cedo – no fim dos anos 70, foi balconista e empregada doméstica. Em 1979, mudou-se para Nova York para estudar História da Arte da China, na Columbia University. Dois anos depois, casou-se com o americano Nicholas Taylor, mas a união só durou 24 meses. Amiga de Brian Ferry dos tempos de Londres, foi apresentada por ele a Anna Wintour, e terminou virando sua assistente – a difícil Wintour se divertia com a compatriota inglesa over, but cult. Nessa época, ficou amiga de Andy Warhol e Basquiat.
Em 1985, mudou-se para o Texas, para trabalhar com Guy Laroche, e no ano seguinte volta para Londres, quando assume o papel que tão bem desempenharia pelo resto da vida, a de darling mor dos fashionistas. Vai trabalhar na revista Tatler, como assistente de Michael Roberts, hoje diretor de moda da revista Vanity Fair. Mais tarde assumiria o posto de diretora de moda da Tatler, seu último cargo – antes foi editora da Vogue inglesa e do Sunday Times e consultora de grandes marcas como DuPont, Lacoste e Swarovski – foi ela, aliás, que inventou o hype dos cristais. Mais do que tudo, Isabella foi uma grande descobridora de novos talentos – do estilist Alexander McQueen ao chapeleiro Philip Treacy.


















Com AlexanderMcQueen Com Philip Traecy/com Detmar Blow














Com McQueen



Com esse último, agiu como verdadeira fada madrinha – montou para Treacy um ateliê no porão da sua sogra e conseguiu pra ele um contrato exclusivo com Chanel (hoje ele é tão cult que fez o chapéu usado por Camila Parker-Bowles em seu casamento com o príncipe Charles).
Também foi Isabella que mudou o nome de Lee McQueen para Alexander. Por quê? Em homenagem a Alexandre, o Grande. Ela ficou tão entusiasmada com o desfile de formatura de McQueen na Saint Martin´s School, em 1992, que quis comprar todos os modelos. McQueen resistiu, ela passou a persegui-lo. Chegaram a um preço de 5 mil libras, que ela achou caro. Pra justificar o valor, McQueen disse que ele mesmo havia costurado as roupas. Isabella teve que engolir o preço, mas pagou em suaves prestações de 100 libras por mês, durante quatro anos e dois meses! Sua varinha de condão não tocou só Treacy e McQueen. Foi Blow que descobriu a modelo Sophie Dahl, a quem chamou de “uma boneca inflável com cérebro”. E a top aristocrática Stella Tennant.
























Sophie Dahl Stella Tennant


Também ajudou no lançamento internacional de Alexandre Herchcovitch e na carreira do fotógrafo Daniel Kajmic, seu grande amigo e protegido.
Isabella casou-se denovo em 1989, com o advogado e depois galerista Detmar Blow, que a pediu em casamento 16 dias após se conhecerem. Detmar foi batizado com o mesmo nome do avô, um famoso arquiteto de quem herdou uma mansão de 1913, Hilles House, em Glaoucestershire. Uma casa exótica como Isabella, que graças aos chapéus de Treacy tornou-se figura conhecida por todo interessado em moda. Seu gosto por chapéus extravagantes tinha rasão específicas: “Uso para afastar as pessoas. Não quero ser beijada por todo mundo, só por quem eu amo”. Sem limites, ela usou chapéus em forma de dente de crocodilo, lagostas e discos voadores. Gostou tanto de um de faisão que pediu pra ser enterrada com ele. E foi. Com a ajuda dos chapéus, transformou um rosto inexpressivo, feinho, numa beleza exótica, estranha, um pouco vulgar, mas totalmente inesquecível.
















































































Isabella era uma pessimista fabulosa, que usava chapéus como quem faz terapia. Quando estava deprimida, visitava Treacy e, conforme ia experimentando os chapéus e conversando com ele, melhorava. “Usar chapéu é a maneira mais segura e barata de fazer cirurgia plástica”, dizia. Isabella era origonal, impactante, generosa e, ao mesmo tempo, diva e madrasta da moda. Com uma criatividade sem fim, era um agent provocateur de moda, que desprezava convenções, dona de uma gargalhada cavalar. Dizer que era extravagante é pouco. Quanto mais algo era bizarro, mais ela gostava. Flamboyant, amante de uma fofoca, falava o que queria sobre editores, estilistas e coleções. Bem alto, numa voz cortante, numa conversa plena de palavrões, maldades e cheia de nomes famosos. Nunca foi trabalhar sem saltos altos e chapéu. Era uma musa sem um momento de tédio. Suas assistentes morriam de medo, porque Isabella obrigava a todas a usarem batom: “Sem batom não falo com vocês”.
Ela dizia que o lema de sua família era haud muto factum, ou seja, nada acontece ficando calado. Ela era Peggy Guggenheim da moda, uma Anna Piaggi mais punk e menos caricata, uma Schiaparelli mais surrealista. Seu estilo podia ser descrito como neopunk, chique e barroco ao mesmo tempo. Sempre caçando talentos, em 1993 assinou um ensaio clicado por Steven Meisel, Babes in London, tirando do anmonimato uma nova geração de it girls como Plum Sykes, Honor Fraser e Bella Freud. Há uns anos atrás, ela e Detmar se separaram, com direito a volta um tempo depois. Tudo porque ele teve um caso, e ela, de vingança, se envolveu com um gondoleiro veneziano! Pesar do final feliz, o vaivém deixou a vida dela um pouco mais amarga. O fato de não ter conseguido ser mãe também: “Nós éramos como duas frutas exóticas, que não podiam dar frutois juntas”, disse certa vez sobre Detmar. Isabella sofria de câncer no ovário há pouco mais de dois anos, assim como de um pessimismo crônico por toda a vida, que provocava crises constantes de depressão. Tentou o suicídio duas vezes nos últimos anos. Primeiro pulou num lago, o que os amigos entenderam como mais uma piada. Já a segunda tentativa não teve a menos graça, pois ela se jogou de uma passarela em Londres e machucou seriamente a perna e o tornozelo, dando adeus aos Manolos que amava tanto.
Isabella queria ter uma morte à altura de sua vida – e conseguiu. Foi exêntrica até o fim. Após dizer a seus hóspedes em Hilles House que iria à cidade fazer compras, foi encontrada caída numa rua da cidade. Morreu no dia seguinte, em 7 de maio de 2007, numa segunda-feira, aos 48 anos. Pensaram num primeiro momento se tratar-se de overdose, mas Isabella morreu por ter ingerido o herbicida Paraquat. A verdade é que, por trás da sua efervescência, ela escondia um pessimismo mortal. Por trás da bravura, existia desespero. Por trás do comportamento selvagem, havia uma insegurança congênita. Aristocrática, egocêntrica e viciada em pílulas, Isabella fará muita falta no mundo cada vez mais pasteurizado da moda corporativa.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cactus boy

Mudar...mudar...mudar...
Uma maneira de se manter afastado de rotinas...
Mude os móveis de lugar...
Mude a cor das paredes...
Mude as combinações de roupas...ou as roupas...não guarda roupas..
Mude a cor do cabelo...ou arranque-o todo...
Mude de estação...de animação...troca o disco...
Mude de casa...de cidade..país...
Mude pelo menos essa cara de cú..por favor...
Só um pouquinho...
Mudei meu computador de lugar...
Assim tá bem melhor.